Com surra de prêmios pra Tudo em todo lugar ao mesmo tempo e discursos emocionados que vão entrar para a história, o Oscar 2023 foi um tanto quando morno no sentido looks. Sabe aquela sensação de suspirar por algo ou pensar, putz, vamos lembrar desse no futuro? Não aconteceu.
É claro que tivemos looks bonitos, mas praticamente nenhum exuberante e memorável. Acho que nas passarelas de alta costura tínhamos várias boas opções, mais interessantes e criativas do que vimos aqui. Então por que tudo pareceu meio blasé? Talvez as tendências realmente tenham razão e o desejo por algo mais básico e simples esteja em alta. Desabafo feito, bora fofocar e dar uma passadinha de olhos nos melhores looks do Oscar 2023?
Sem nenhuma delonga, vamos ao meu preferido da noite: esse Elie Saab belíssimo, que reúne grandes clássicos dos vestidos de festa: tudo começa com o vermelho fatal, que, ao lado da fenda generosa, é sexy. Já a dramaticidade fica por conta dos drapeados, da saia volumosa de baile e da manga de impacto.
Apesar de várias, as joias BVLGARI também são clássicas e não chamam atenção demais. Aqui, parece tudo milimetricamente planejado pra ser harmônico, atemporal e impecável.
Leve, divertido e com um movimento bonito de ver, o Moschino escolhido por Angela Basset parece frescor puro! Amei a combinação do tom brilhante de violeta com o tecido fluído e os cabelos ondulados ao vento. Bela, bela, bela.
Se você pensa que se convidada ao Oscar usaria um look escultural, com dose extra de dramaticidade, pode se juntar à cantora e compositora Tems. Seu vestido branco – cor que foi a maior tendência da noite – contava com drapeados, uma cauda belíssima e uma estrutura que contornava e emoldurava a cabeça com leveza e drama.
Enquanto no tapete vermelho o vestido Lever Couture cai lindamente bem, na plateia poderia ganhar uma adaptação que não bloqueasse a visão de quem estava atrás. O resultado? A peça virou meme justamente por tapar quem estava atrás dela. E você, o que acha? Vale tudo pelo close ou tudo tem limite?
No segmento dos vestidos brancos, leves e esvoaçantes, temos ela, a oscarizada Michelle Yeoh em um Dior alta costura. Achei bela de um jeito etéreo, com as pluminhas esvoaçando ao redor e as joias brilhantes e delicadas. A única coisa que não simpatizo é esse tule, mesmo sendo alta costura, empobrece a peça.
Além de valer muito a pena ver o discurso da vencedora do Oscar de melhor atriz, o vestido fica bem mais bonito e ganha mais profundidade no palco, já que o fundo das fotos do tapete vermelho também era bege/off white, cor que apagou um pouco as escolhas das que apostaram em um look branco total.
Um respiro ao rosa Valentino que tanto apareceu nos tapetes do último ano, Emily Blunt optou por esse vestido bem minimalista, mas de um corte impecável – repara no quanto essa bainha tá milimetricamente perfeita!! Gostei do styling bem clean, do coque baixo e do brincão Chopard que deixa o colo livre.
Boa fenda, um material cintilante e uma modelagem que contorna as curvas com maestria foi a escolha de Halle Berry para o tapete vermelho. Com um brilho rosé, as flores trouxeram uma pitadinha de romantismo que casa bem e funcionam quase como um acessório, já que, em termos de complementos, o look é finalizado com brincos pequenos e aneis discretos.
Outro ponto de destaque é como as cores e materiais do vestido Tamara Ralph casam lindamente com a pele da atriz, que também parece acetinada e brilhante.
Nicole Kidman foi outra que escolheu as flores para um look de impacto. Repleto de lantejoulas e brincando com deixar apenas um lado do corpo de fora – do outro lado, o modelo tem manga longa e nada de fenda – esse Armani Privè ficou podre de chique.
Outro recurso que eu gostei muito é que enquanto o vestido é uma joia toda brilhante, o cabelo solto meio bagunçado cria um hi-lo dos bons, descontraindo a peça e deixando a atriz mais cool, como se tivesse vindo direto de outro lugar, colocado o vestido no banheiro da lojinha de conveniência ao lado e pronto.
Até aqui tenho falado que as produções estavam mais minimalistas, né? Pois até Riri foi por esse caminho estético, trazendo esse look Alaïa de couro, sobreposto a uma blusa de gola alta de malha. Achei o típico fez pouco, mas fez bonito. Queria mais? Obviamente!
Agora, esse look inteiro bordado, com correntes e pedrarias foi um primor e é ainda mais incrível em movimento. As luvas de cour até os cotovelos e os acessórios complementaram perfeitamente, deixando o look, criado por John Galliano para a Maison Margiela, meio magnético, meio sublime.
Estou há um tempão encarando esse Vera Wang em dúvida sobre como definir o que eu gostei. Acertou quem disse essa saia laranja cítrica que rouba todos – os meus – olhares. Mas também a assimetria da cintura, o bustiê preto com decote profundo… Até a choker larga, que eu ainda não superei a saturação, depois de usar diariamente em 2015-2016-2017, me intriga. Talvez seja o combo inteiro, com seus contrastes e uma mistura cromática nada óbvia, mas de muito sucesso.
Com um Jason Wu preto clássico, com saia volumosa e uma delicada renda na região do busto, Danai Gurira trouxe o penteado e os acessórios como forma de se destacar. O penteado escultural, criação de Larry Sims, foi sua forma de homenagear as mulheres africanas “Este é o meu eu africano vindo aqui, você sabe, uma homenagem às mulheres que carregam coisas incríveis em suas cabeças com uma postura surpreendente o tempo todo”, disse Guirira.
Representando as brilhosas, Malala optou por esse modelo Ralph Lauren inteirinho de paetê e achei muito bonito. Simples nas formas, o vestido conta com uma modelagem que contorna o corpo de forma delicada.
Esse aqui talvez divida opiniões, já que vi algumas pessoas odiando, mas a maximalista que habita em mim não consegue aguentar uma manga bufante dramática dessas, ainda mais ao lado de paetês… O modelo é da linha Couture da Tony Ward e talvez eu mudaria a altura da barra, que ficou um cadinho curta com essa sandália plataforma prateada.