Você já deve ter visto dezenas de vídeos de influencers famosas analisando looks antigos – o meu entrou no ar essa semana e vale o clique. Entre as gostosas risadas causadas pelas trends que não envelheceram bem – e aqui vale salientar que atemporalidade nunca foi requisito de tendência, muito pelo contrário -, olhar pro seu passado fashion pode significar muito mais do que nostalgia e se tornar inspiração. No mínimo, autoconhecimento, afinal, a gente não usa nada à toa e até aqueles looks que parecem impraticáveis no hoje, têm algo a dizer sobre uma versão de nós.
Ao me debruçar sobre os inúmeros looks que acumulei nesses 9 anos (!) de blog, comecei a perceber várias coisas sobre o meu estilo, seja o que me influencia até hoje, seja o que não faz o menor sentido com as novas referências e mudanças da minha personalidade. Então esse post nasce como um convite para você reencontrar as fotos antigas e olhar um cadinho pra dentro. Também, para contar um pouquinho das minhas descobertas. Vamos?
Se você tirar um minutinho pra analisar essa montagem, já vai perceber que eu era múltiplas Marcies: uma romântica, outra boho, outra rocker e todas elas poderiam dar as caras na mesma semana. Por ser uma pessoa eclética, eu tinha peças de vários moods, só que a moda, naquela época, ainda era apresentada muito com base nos estilos universais – sexy, esportiva, moderna, etc – o que fazia com que a múltipla aqui ficasse perdida, achando que precisava vestir um personagem caricato ao invés de misturar as referências.
O tempo passou e eu segui usando de tudo, agora com a ciência de que essa mistureba é justamente a chave para ser mais estilosa e única, refletindo minha personalidade no que visto.
Pois não é que voltar no tempo me trouxe até a origem do meu longo amor por calças diferentonas? Por muito tempo eu achei a calça uma das peças mais boring de todas e só usava caso estivesse frio, frio mesmo. Explico: todo mundo usava calça jeans em todos os momentos e a minha versão adolescente, presa em cidade pequena, queria ser tudo, menos igual a todo mundo. A calça, inofensiva, se tornou um símbolo dessa minha batalha interna e só depois que as lojas lançaram versões coloridas e estampadas é que eu fui trazê-la para o meu dia a dia. Hoje não vivo sem e sei valorizar um bom jeans neutro (quase sempre aliado a um sapato poderoso pra contrapor).
Já as modelagens largas chegaram pela necessidade de conforto e praticidade pra encarar uma rotina de 12h fora de casa todo dia, trabalhando meio período e viajando pra estudar em outra cidade. Nessa época, eu ainda achava que precisava de peças justas, que contornassem o corpo pra ser sexy, então, aos finais de semana, voltava pros vestidinhos tubo – nada contra, hein. Com a maturidade, veio a tranquilidade de saber que o “ser sexy” é relativo e está diretamente relacionada com confiança. E eu me sinto confiante, linda e esvoaçante com peças que me deixam livre, leve, solta. Que dançam a cada gesto e trazem movimento
A escolha das fotos acima não é um acaso. Durante uma primavera-verão-início de outono, usei essa sandália preta basicamente todos os dias. Eu gostava bastante dela, confesso, mas o motivo principal para a recorrência era outro: eu só tinha ela. Foi um período em que eu estava indo morar com meu namorado, ou seja, cada centavo estava contadinho pras despesas da casa.
As minhas sandálias antigas estragaram e, caso não tivesse ganhado esse modelo, teria passado o período todo de tênis. Essa limitação foi boa pra criatividade? Foi. Mas tinham combinações, como essa da saia lápis com cropped ou a da calça jeans preta, em que eu preferiria ter usado uma sandália que não cortasse a perna ou fosse tão informal. E aí vem o ponto inspirador da história. Sabe o que eu fazia quando percebia que precisava de outro sapato? Anotava a necessidade – “sandália bege”, “scarpin com salto bloco”. Quando as finanças melhoraram, já tinha um guia dos meus must-haves, evitando comprar por impulso e seguir com aquelas lacunas no armário. Até hoje tenho esse hábito e, inclusive, estou montando uma lista nova depois de desapegar e estar em processo de mudança. Quer que eu compartilhe essa lista futura com você? Me conta nos comentários.
Tem dias que a gente acorda inspirada por natureza, mas, em muitos outros, acaba recorrendo às mesmas combinações de sempre. Desde novinha eu acho que as nossas roupas têm potencial para muito e não merecem uma “vida” monótona. Lendo o Um Ano sem Zara – sou fã convicta da @mourajo -, ela se desafiou a criar uma semana temática, que iria pautar os looks da semana. Como boa tarefeira e competitiva, comecei a trazer o formato pro meu cotidiano, seja postando no blog ou só me desafiando antes de sair de casa. De “especial copa do mundo” a como usar calça jeans neutra – depois que fizemos as pazes, claro -, os desafios e inspirações temáticas continuam certeiros na hora de fazer o armário render mais e pensar em alternativas criativas. Já testou por aí? Me conta nos comentários.
É isso, espero que o post tenha inspirado e que você se sinta pronta pra esse date com o passado <3