Na metade de 2018, encarei o closet sem saber o que vestir. Essa cena banal, que muitas vezes é apenas causada pelo estímulo constante de comprar mais, passou a ser recorrente, seja para o exercício diário do office look ou para a festinha no final de semana. Resolvi descer tudo que tinha no armário para o chão do quarto e me desesperei ao perceber que não era uma simples vontade de look novo, passível de ser resolvida com uma passadinha na fast fashion mais próxima. O problema era mais grave: as peças que chamava de minha – e muito já tinham rendido combinações – não tinham mais NA-DA a ver com o meu estilo.
A verdade é que a minha vida havia mudado muito nos últimos quatro anos. Vivia em outra cidade, com outro estilo de vida, tinha acesso a muito mais informação e colecionava inúmeras novas referências. Aqueles shortinhos jeans e vestidos rodados, que costumavam ir da faculdade pro estágio e do estágio pro barzinho com perfeição, já não combinavam com a mulher que eu estava me tornando. Com o tempo, passei a amar outras partes do meu corpo e querer usar as silhuetas que a “moda” ditava como “proibidas” pra mim. Foi uma transformação intensa e feroz. Enquanto isso, por fora eu seguia a mesma, com peças que não comportavam essa minha versão “2.0”.
Tempos depois, percebi que estava passando pela mudança do closet “adolescente” para o “adulto”, momento mais do que natural que acontece com praticamente todo mundo. Já recebi muito direct no Instagram sobre o tema e essa semana mesmo falava com uma amiga que está passando por isso, ou seja, se esse é o seu caso, você não está sozinha. Mas pode precisar de ajuda. É justamente para isso que reuni 4 peças essenciais na minha transição que podem auxiliar muito na sua, deixando os looks mais elegantes, confortáveis e, claro, maduros. Antes de começar, é importante ressaltar que essas não são regras ou uma lista para ser seguida à risca, ok? Selecione o que funciona pra você e, se ficar com dúvida, nos vemos nos comentários.
Uma verdadeira deusa da versatilidade, da praticidade, do conforto, capaz de deixar até aquela camiseta furada bem mais estilosa. Sou suspeita porque não vivo sem, mas a calça de alfaiataria é uma aliada para usar do verão ao inverno, da balada à reunião importante de trabalho. Foi justamente essa a primeira aquisição do meu “novo armário” e, depois dela, me tornei uma fã de carteirinha. Na hora de fazer o seu primeiro investimento, a dica é escolher uma cor que seja versátil para você – e isso pode ir muito além do pretinho básico. De todas as calças que eu tenho, essa vermelha da foto do meio é a que mais uso, sem sombra de dúvidas – tem até post sobre ela no blog.
E se as cores são muitas, o mesmo vale para as possibilidades de modelagens. Eu geralmente opto por calças soltinhas, com a cintura mais alta e barra curta, mas as pantalonas e clochards também são apostas certeiras. Ama estampa? Pode se jogar nas listras, poás e animal prints.
Todo guia de moda, dos clássicos aos contemporâneos, sempre indica uma camisa de qualidade e, desde que tenho a minha branca com tecido estruturado, entendo exatamente o motivo. Oversized ou sequinha, a peça é cool de essência, principalmente com as mangas dobradas ou lapela para cima, e deixa a gente mais poderosa de forma imediata.
Além da forma tradicional de vestir, você pode usar a sua amarrada por cima de vestidos e macacões, aberta com lingerie de renda/tule à mostra, com blusa de gola alta por baixo, com croppeds ou suéteres. Enfim, forma de combinar é o que não falta, assim, deixe-se surpreender. Ah! Embora a branca seja um curinga universal, o modelo azul também é impecável.
Existem dias em que, mesmo com o closet renovado, acordamos sem criatividade. Em outros, precisamos estar em 5 eventos diferentes. Há ainda os em que queremos nos sentir maravilhosas para nós mesmas. Sabe quem combina com todos esses moods? O vestido minimalista. Eu sou bem suspeita para falar, já que esse modelo branco é usado dois dias seguidos de tanto que amo e o pretinho da primeira foto foi tão desfilado por aí que está todo puído.
Básico, neutro, com um tecido confortável e um corte que abrace o corpo: essas são as características do vestido ideal. Ele pode ser reto, solto ou justo. Pode ter fenda, ser mídi, longo ou curto. Com alça fininha ou manga longa. O que importa é que você se sinta linda usando-o da forma mais despreocupada possível e, ao mesmo tempo, fique à vontade para incrementá-lo com os mais diversos acessórios e complementos.
Eu não sei exatamente qual é a referência, mas peças amplas e fluidas sempre me passaram uma ideia imediata de elegância. Talvez seja porque a pessoa está tão comfy que se sente pronta pra dominar o mundo – o que de fato é verdade. O que aprendemos aqui? Que perceber o que o seu olhar preza e julga como belo/sofisticado/estiloso é um ponto fundamental e isso nada precisa ter a ver com o senso comum. Se pegássemos as fórmulas engessadas, é bem possível que um blazer fosse substituir o meu cardigan oversized de tricô na categoria casaco chic. Pois eu tive dois blazeres, justamente acreditando nessa ideia de itens tem-que-ter, usei pouquíssimo cada um deles e acabei vendendo em brechó. Não precisa responder agora qual é esse item nada óbvio que você ama e ele não precisa ser uma peça que a sua it girl preferida usa. Só tire um tempinho pra se conhecer melhor.
Um ponto importante para quem vai embarcar nessa: não precisa se desesperar ou criar uma fatura gigante no cartão de crédito. Eu fui montando esse closet aos poucos, respeitando o meu orçamento bem limitado de quem mora sozinha. A chave do sucesso é ser estratégica e comprar os itens mais versáteis e que estão fazendo falta primeiro. Por exemplo, os shortinhos jeans eram as peças que eu mais tinha e menos queria usar. Assim, comprei duas calças de alfaiataria e segui usando as camisetinhas e blusas teen que eu já tinha por um bom tempo.
Curtiu as dicas? Então boa sorte na hora de aplicar e arrase nos looks novos. E se quiser compartilhar comigo, eu vou amar ver a sua transição <3